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Lucas Caton

Depois de quase 28 anos de idade, formei minha opinião sobre religião

Repense como você leva sua vida, o que tem feito de bom e no que pode melhorar como cidadão do mundo

Lucas Caton

Lucas Caton

@lucascaton
Cathedral of St. Stephen, Brisbane, Austrália
Cathedral of St. Stephen, Brisbane, Austrália
Uma vez escutei que não existem assuntos que não possam ser discutidos. O que existem são pessoas com as quais não se deve discutir. Apesar disso, resolvi tornar esse texto público, mesmo sendo sobre um assunto que potencialmente causa polêmica e que às vezes pode incomodar à alguns.
Eu fui criado e vivi boa parte da minha vida com minha avó, a qual é católica e bastante religiosa. Por isso, desde criança frequentei a igreja, reservando uma hora dos meus domingos para ir à missa com ela.
Lá pelos menos 14 anos, me desinteressei um pouco — acredito que isso deve acontecer com uma certa frequência na adolescência. Nunca fiquei muito tempo sem ir à uma missa, mas ao mesmo tempo nunca fui um fanático religioso, tampouco sei o tanto que gostaria sobre o assunto.
Não vou mentir, já houve uma época inclusive que eu não acreditava em mais nada, virei praticamente um ateu. Depois de muito tempo sem ter certeza do que acreditava, eu me dei conta de que eu acreditava sim em algo maior e voltei à ir à missa quase todos os domingos.
Domingo passado fui à missa com minha esposa. Fomos caminhando até a igreja e durante o caminho começamos a conversar sobre o que cada um acredita, o que “fé” significa pra cada um e outros assuntos relacionados. Durante a missa, comecei a refletir tudo isso e meio que finalmente me dei conta no que eu acredito. Tem coisas na vida que demoram um pouco para que tenhamos uma opinião formada e essa foi uma delas.
Você pode até discordar de algumas regras da igreja ou com o que os líderes religiosos falam, mas uma coisa é fato: as intenções e exemplos são na sua maioria coisas boas. Não vou entrar no assunto relacionado à dinheiro e charlatões, embora eles existam e não são poucos. O ponto é que os ensinamentos são sempre positivos, como perdão, pensar no próximo, etc.
Então finalmente formei minha opinião sobre o assunto: prefiro acreditar que existe sim um Deus. Além disso, ir à missa definitivamente me faz muito bem. Se eu estiver errado e não existir Deus nem nada, ainda assim está sendo válido, já que eu reservo esse momento na semana para ir repensar como ando levando minha vida, o que tenho feito de bom e no que eu posso melhorar como cidadão do mundo.
Conclusão: você não precisa usar a definição tradicional de Deus e de religião. Você pode simplesmente definir isso como uma forma de nos transformar em pessoas melhores.